Por sorte, conseguimos pegar o ônibus das 20:30, mesmo estando com passagens das 19:00, o motorista de bom coração nos ajudou. Chovia muito e o trânsito era imenso. Chegamos em São José por volta das 22:00, e pisamos no bar às 22:15, 22:30 o show começou.
A casa completamente lotada, gente por todos os lados, mas ninguém parou de falar durante o show, platéia completamente dispersa e cagando para os comediantes, eu fiz 10 minutos e sai do palco extremamente puto, e irritado com a situação, todo mundo se deu mal, ninguém parou para assistir o show exceto uma mesa, que acompanhou e riu do começo ao fim.
Ao termino do show, voltamos correndo para a rodoviária e... Bazinga, perdemos o último ônibus que traria nós de volta para São Paulo. Dormimos na rodoviária, dormimos entre aspas, pois tivemos que aguentar o Martchola chorando por causa de uma japonesa, sem contar que era impossível dormir naquele lugar. Eu trabalhava no outro dia cedo, e fui virado, com sono, com as costas doendo de virar a noite sentado num banco de estação.
Mas uma coisa fez esta viagem toda valer a pena, todo este sofrimento serviu para algo, pois ao final do show, um homem com idade por volta de 40 anos, veio falar com a gente, e comentou que havia deixado seu pai no hospital, em coma induzido por conta de tratamento, e que ele tinha dado boas risadas com o show, e nos agradeceu com as seguintes palavras "Obrigado, obrigado por recarregarem a minha energia para enfrentar minha vida, o peso que carrego ficou bem mais leve"
Este tipo de situação faz crescermos não só como comediantes, mas como ser humano.
Foi uma das experiências mais agradáveis que o stand up me deu até hoje e que sem dúvida vou me lembrar disto pro resto da vida.
Foto da noite comigo, Pedro Casali, Martchola Donato, Humberto Rosso e Renan Rosa (Comediante de SJC)
